Páginas

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

TRADIÇÃO QUE VEM DO CICLO DO COURO
O escritor Antônio Bezerra, cearense de Quixeramobim, no livro O Ceará e os Cearenses, publicado em 1906, assim descreve o vaqueiro nordestino:

“Apesar dos pesares o vaqueiro é um tipo que não desaparecerá do Ceará. Vestido airosamente de estreitas perneiras, espécie de calças de couro, guarda-peito, gibão e chapéu, tudo feito da melhor e da mais bem curtida pele de veado capoeiro (cervus rufus), bem pespontado em admiráveis desenhos a linha (...)

Nas juntas, quando nalguma várzea se rodeia o gado, basta que uma rês se desprenda do magote e corra em busca da mata para que se precipite em vertiginosa carreira até emparelhar e, nesse momento inclinando-se o vaqueiro sobre a sela para o lado direito, enrola na mão o extremo da cauda da rês e num rápido empuxão atira-o ao solo, onde é imediatamente presa ou peada.”

Como se vê, tal atividade era desenvolvida no tempo em que as cercas eram raras no sertão e o gado pastava em grandes soltas, sendo necessário um esforço sobre humano para conduzir os rebanhos para os currais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário